A Guerra do
Contestado foi um conflito armado que ocorreu na região do Sul do Brasil, entre
outubro de 1912 e agosto de 1916, que colocou os nativos contra o governo, as
multinacionais e as oligarquias. Os sertanejos encontraram o apoio que
precisavam nos monges- religiosos que peregrinavam pelo sertão pregando a
palavra de Deus-, figuras muito respeitada por esse povo. No ano de 1912, um
monge, conhecido como José Maria, que pregava a criação de um mundo novo,
regido pelas leis de Deus, onde todos viveriam em paz, com prosperidades, justiça
e terras para trabalhar. José Maria conseguiu reunir milhares de seguidores,
prin- cipalmente de camponeses sem terras e formando povoados que possuíam autoridade
própria e igualdade social, ignorando a partir de então qualquer mandado vindo
da parte de alguma autoridade da Republica Velha.
Esses povoados
ficaram conhecidos como Contestado e o conflito ganhou feição messiânica, sendo
conhecido também como Guerra Santa. José
Maria era estimado pelos seus seguidores –pessoas socialmente desprovidas de
tudo- como uma alma boa que surgira para restabelecer a saúde dos adoentados e
desprovidos. O costume do monge, de anotar as qualidades curativas das plantas
que achava nas redondezas, o ajudou a construir no lote de um dos
administradores uma botica, pra melhorar a assistência de quem o procurasse.
O governo
federal não viu com bons olhos o trabalho de José Maria, que passou a
representar um risco para a ordem e segurança da região.
Ele e seus
seguidores foram severamente reprimidos pelas multinacionais e pela guarda
armada do governo federal. Eles pretendiam dar fim aos povoados sertanejos e obrigá-los
a sair por bem ou por mau dos territórios dos quais haviam tomado posse, no mês
de novembro de 1912 ocorreu a batalha de Irani, o qual marcou este conflito e
desencadeou a morte do monge José Maria.
Os sertanejos, inconformados com a morte de seu líder, partem para o extremo,
dando inicio a uma guerra civil. Novas sedes foram constituídas por seus sectários,
que até este momento não pensavam em se render, mas sim em continuar lutando,
desgostando o governo federal que, ávido por acabar definitivamente com esta
guerra, resolve usar todo seu poderio militar e abater as últimas fortificações
resistentes, utilizando para este fim um grande contingente de soldados
equipados com fuzis, cachões, metralhadoras e aviões, nunca antes usados em uma
ação bélica desta magnitude.
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