terça-feira, 26 de abril de 2011

Os camponeses não eram monarquistas!

    Ao contrário do que algumas pessoas estão pensando, os camponeses do Contestado não eram monarquistas. Tudo o que queriam era protestar contra o total abandono por parte do Estado. As condições de vida daqueles cidadãos eram miseráveis, passavam fome e ninguém se importava com tal situação.
     Enquanto isso, o governo federal cedia as terras onde moravam para que uma empresa norte-americana construísse ali uma ferrovia. Tudo, é claro, atendendo aos interesses das oligarquias rurais que comandavam o Brasil. Havia também o interesse de se fazer uma serraria, pois a venda de madeira dava muito lucro.
    Mesmo que a terra na qual os sertanejos habitavam fosse ilegal, eles simplesmente não tenham para onde ir. As terras custavam caro e os pobres trabalhadores, que não conseguiam nem alimentar seus filhos, muito meno poderiam pagar por um lote de terras. Era urgente a realização de uma reforma agrária para que as famílias possuíssem um local para morar e trabalhar dignamente. Mas, pensando bem, isso não seria nada agradável para as classes dominantes, certo?
    Ora, há, além disso, o problema da baixa escolaridade. Numa população na qual cerca de 80% da população era analfbeta, não seria muita pretensão esperar que os habitantes do interior do Brasil fossem doutores? Sejamos realistas, meus caros, não existiam escolas, materiais, professores, ou seja, não havia oportunidade de se adquirir educação gratuita e de qualidade.
     Enfim, a verdade é que a república em praticamente nada alterou a vida da maioria dos brasileiros. O massacre da região do Contestado deixou milhares de mortos e, com a maior naturalidade, alegam que tudo foi para o bem da república, pois sim. Os ricos e poderosos continuam sempre a explorar a classe trabalhadora para garantir seus vultosos lucros. O grande problema da nação brasileira não está na forma de governo ou no sistema econômico, mas sim no egoísmo e na ganância do ser humano.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Rendição...


Com a região do Contestado cercada por mais de 8.000 soldados durante a Guerra, os caboclos catarinenses ficaram meses tomados pela fome e pelo frio. Com isso, muitos se renderam aos militares, na esperança de obterem liberdade.

       Acima, dois grupos de caboclos que se renderam em Canoinhas.

sábado, 9 de abril de 2011

Curiosidades Sobre a Revolta

O conflito envolveu cerca de 20 mil camponeses que enfrentaram forças militares dos poderes federal e estadual.

Ganhou o nome de Guerra do Contestado, pois os conflitos ocorrem numa área de disputa territorial entre os estados do Parana e Santa Catarina.

Normalmente comparado com a Guerra de Canudos, A Guerra do Contestado apresenta apenas duas semelhanças: o ataque do exército e o carácter messiânico do movimento.Em tudo mais o Contestado é diferente e maior. Aqui tudo é superlativo. O número de mortos, a quantidade de soldados envolvidos, o número de combates e bombardeios, o uso de avião como intrumento bélico, a primeira grande devastação ecológica industrialmente planejada do planeta, enfim: uma epopéia.A Guerra do Contestado é considerada pela Fundação Giangiácomo Feltrinelli, de Milão, como a terceira maior guerra camponesa da história da humanidade ficando atras somente das revoltas Tai Ping, na China, e das Lutas Camponesas da Alemanha.

Imagens e detalhes do Revolta



 A guerra terminou somente em 1916, quando as tropas oficiais
conseguiram prender Adeodato, que era um dos chefes do último reduto
de rebeldes da revolta. Ele foi condenado a trinta anos de prisão.

A Guerra do Contestado mostra a forma com que os políticos e os
governos tratavam as questões sociais no início da República. Os
interesses financeiros de grandes empresas e proprietários rurais ficavam
sempre acima das necessidades da população mais pobre. Não havia
espaço para a tentativa de solucionar os conflitos com negociação.
Quando havia organização daqueles que eram injustiçados, as forças
oficiais, com apoio dos coronéis, combatiam os movimentos com
repressão e força militar.






                                                             Bandeira do Contestado
                                                                   (Cruz verde)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Uma nova abordagem sobre a revolta


A Guerra do Contestado foi um conflito armado que ocorreu na região do Sul do Brasil, entre outubro de 1912 e agosto de 1916, que colocou os nativos contra o governo, as multinacionais e as oligarquias. Os sertanejos encontraram o apoio que precisavam nos monges- religiosos que peregrinavam pelo sertão pregando a palavra de Deus-, figuras muito respeitada por esse povo. No ano de 1912, um monge, conhecido como José Maria, que pregava a criação de um mundo novo, regido pelas leis de Deus, onde todos viveriam em paz, com prosperidades, justiça e terras para trabalhar. José Maria conseguiu reunir milhares de seguidores, prin- cipalmente de camponeses sem terras e formando povoados que possuíam autoridade própria e igualdade social, ignorando a partir de então qualquer mandado vindo da parte de alguma autoridade da Republica Velha.  
Esses povoados ficaram conhecidos como Contestado e o conflito ganhou feição messiânica, sendo conhecido também  como Guerra Santa. José Maria era estimado pelos seus seguidores –pessoas socialmente desprovidas de tudo- como uma alma boa que surgira para restabelecer a saúde dos adoentados e desprovidos. O costume do monge, de anotar as qualidades curativas das plantas que achava nas redondezas, o ajudou a construir no lote de um dos administradores uma botica, pra melhorar a assistência de quem o procurasse.
O governo federal não viu com bons olhos o trabalho de José Maria, que passou a representar um risco para a ordem e segurança da região.
Ele e seus seguidores foram severamente reprimidos pelas multinacionais e pela guarda armada do governo federal. Eles pretendiam dar fim aos povoados sertanejos e obrigá-los a sair por bem ou por mau dos territórios dos quais haviam tomado posse, no mês de novembro de 1912 ocorreu a batalha de Irani, o qual marcou este conflito e desencadeou  a morte do monge José Maria. Os sertanejos, inconformados com a morte de seu líder, partem para o extremo, dando inicio a uma guerra civil. Novas sedes foram constituídas por seus sectários, que até este momento não pensavam em se render, mas sim em continuar lutando, desgostando o governo federal que, ávido por acabar definitivamente com esta guerra, resolve usar todo seu poderio militar e abater as últimas fortificações resistentes, utilizando para este fim um grande contingente de soldados equipados com fuzis, cachões, metralhadoras e aviões, nunca antes usados em uma ação bélica desta magnitude.   

O massacre dos sertanejos na região do Contestado

A República Oligárquica, compreendida no período de 1894 a 1930, foi marcada por
grandes injustiças sociais. Todo o poder estava concentrado nas mãos das oligarquias
rurais do sudeste que se revezavam no governo. Estes só se preocupavam com seus
interesses, deixando o restante da população brasileira sem nenhuma assistência. Foi
nesse contexto que surgiram diversas revoltas em todo o país, entre elas, a Revolta do
Contestado.
Contestado era uma região de muita miséria localizada na divisa do Paraná com Santa
Catarina, seu nome é devido ao fato de ser disputada por esses dois estados. Durante
o período republicano, o governo doou terras para empresas norte- americanas
construírem ali uma estrada de ferro e uma serraria.
Para a construção da estrada de ferro, milhares de famílias de camponeses
perderam suas terras. Além disso, os camponeses foram expulsos de suas terras sem
nenhuma indenização. Este fato gerou muito desemprego entre os camponeses da
região.
Outro motivo da revolta foi a compra de uma grande área da região por de um grupo
de pessoas ligadas à empresa construtora da estrada de ferro. A responsável pela
construção foi a empresa norte-americana Brazil Railway Company, de propriedade
do empresário Percival Farquhar, que também era dono da Southern Brazil Lumber
and Colonization Company, uma empresa de extração madeireira. Esta propriedade foi
adquirida para o estabelecimento de uma grande empresa madeireira, voltada para a
exportação. Com isso, muitas famílias também foram expulsas de suas terras.
O clima ficou mais tenso quando a estrada de ferro ficou pronta. Muitos
trabalhadores que atuaram em sua construção tinham sido trazidos de diversas partes
do Brasil e ficaram desempregados com o fim da obra (cerca de oito mil trabalhadores
desempregados). Eles permaneceram na região sem qualquer apoio por parte da
empresa norte-americana ou do governo.
Em meio a essa situação de calamidade, a população buscou refúgio nas palavras
do “monge” José Maria, uma espécie de Antônio Conselheiro, que pregava a criação
de um mundo novo, regido pelas leis de Deus, onde todos viveriam em paz, com
prosperidade justiça e terras para trabalhar. José Maria conseguiu reunir milhares
de seguidores. Mesmo depois sua morte a rebelião continuou. Forças das milícias
estaduais foram derrotadas pelos rebeldes.
Os coronéis da região e os governos (federal e estadual) começaram a ficar
preocupados com a liderança de José Maria e sua capacidade de atrair os camponeses.
O governo passou a acusar o beato de ser um inimigo da República, que tinha como
objetivo desestruturar o governo e a ordem da região. Com isso, policiais e soldados
do exército foram enviados para o local, com o objetivo de desarticular o movimento.
De forma autoritária e repressiva, os governos do Paraná e de Santa Catarina,
articulados com o presidente Hermes da Fonseca, começaram a combater os rebeldes.
Embora tenham tido pouco sucesso nos dois primeiros anos do conflito, as forças
oficiais obtiveram, a partir de 1914, sucessivas vitórias sobre os revoltosos, graças
à truculência das tropas e ao seu numeroso efetivo, que contava com homens do
Exército brasileiro e das polícias dos dois estados.
Os soldados e policiais começaram a perseguir o beato e seus seguidores. Armados de
espingardas de caça, facões e enxadas, os camponeses resistiram e enfrentaram as
forças oficiais que estavam bem armadas. Nestes conflitos armados, entre 5 mil e 8
mil rebeldes, na maioria camponeses, morreram. As baixas do lado das tropas oficiais
foram
A guerra terminou somente em 1916, quando as tropas oficiais conseguiram prender
Adeodato, que era um dos chefes do último reduto de rebeldes da revolta. Ele foi
condenado a trinta anos de prisão. Cerca de 20 mil pessoas morreram no conflito.
A Guerra do Contestado só mostra a forma com que os políticos e os
governos tratavam as questões sociais no início da República. Os
interesses financeiros de grandes empresas e proprietários rurais
ficavam sempre acima das necessidades da população mais pobre. Não
havia espaço para a tentativa de solucionar os conflitos com negociação.
Quando havia organização daqueles que eram injustiçados, as forças
oficiais, com apoio dos coronéis, combatiam os movimentos com repressão e força militar. Contudo, apesar de todas injustiças, os sertanejos da região do Contestado lutaram, com todas as suas forças, por uma vida mais digna.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Interesses dos Sertanejos




A população rural que participou desse movimento tinha como interesse reinvindicar as suas terras, afinal uma estarda de ferro que ligava São Paulo ao Rio Grande do Sul fez com que uma faixa de terra entre Santa Catarina e Paraná fosse desapropriada o problema é que esse era o lugar onde viviam os pobres caboclos.
A responsável pela construção foi a empresa norte-americana Brazil Railway Company. A construção da estrada acabou atraindo muitos trabalhadores para a região onde ocorreria a Guerra do Contestado. Com o fim das obras, o grande número de migrantes que se deslocou para o local ficou sem emprego e, consequntemente, numa situação econômica bastante precária.
Ao mesmo tempo, os posseiros que viviam na região entre o Paraná e Santa Catarina foram expulsos de suas terras. Isso porque, embora estivessem ali já há bastante tempo, o governo brasileiro, no contrato firmado com a Brazil Railway, declarou a área como se ninguém ocupasse aquelas terras.
         Além de construir a estrada de ferro passou a exportar para os Estados Unidos a madeira extraída ao longo da faixa de terra concedida pelo governo brasileiro. Com isso, os pequenos fazendeiros que trabalhavam na extração da madeira foram arruinados pelo domínio da Lumber sobre as florestas da região.

Por: Eduardo Smolka